Ao amigo José Roberto
Enfrentei gigantes
Enfrentei meus medos
Como nunca antes
Desvendei segredos
Digo eu com gosto
Que este meu sorriso
Não deixou meu rosto
Mas eu te preciso
Muito mais agora
Não me vire as costas
Já não tenho forças
Veja minha lágrima
Escorrendo tímida
Latejando úmida
Veja minha vida
Que não tem mais graça
Por favor desfaça
Este mal tremendo
Não estou podendo
Mais te ajudar
Fracos e oprimidos
Juntem os seus braços
E a largos passos
Venham me salvar
domingo, 9 de novembro de 2014
sábado, 8 de novembro de 2014
Velho
À Manoel de Barros
Não é que emudeci
Nem estou alheio a tudo
Como pode parecer
O tempo, na verdade
Me sensibilizou
É que o mundo me impressiona demais
E até eu reagir
Achar palavra
Já mudou o assunto
E eu pasmando risonho
Vejo meninos brincando a minha volta
Tão rápidos, parecem borrões
As meninas que aninhei nos braços
Embalam hoje suas próprias crianças
A vida me orbita
Mas já não me habita com o mesmo vigor
Sinto-me em câmera lenta
Como as árvores
Assistindo à passagem das eras
A história me esquece gradualmente
E eu pasmando tristonho
Não é que emudeci
Nem estou alheio a tudo
Como pode parecer
O tempo, na verdade
Me sensibilizou
É que o mundo me impressiona demais
E até eu reagir
Achar palavra
Já mudou o assunto
E eu pasmando risonho
Vejo meninos brincando a minha volta
Tão rápidos, parecem borrões
As meninas que aninhei nos braços
Embalam hoje suas próprias crianças
A vida me orbita
Mas já não me habita com o mesmo vigor
Sinto-me em câmera lenta
Como as árvores
Assistindo à passagem das eras
A história me esquece gradualmente
E eu pasmando tristonho
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Deixa pra lá
A tristeza que machuca
A saudade que me corta
A verdade que fechou
A janela nos meus dedos
E que na minha cara
Bateu a porta
Parecem insuportáveis
Mas nada importa
Esta mentalidade tacanha
Esta filosofia torta
Que a humanidade esbanja
E até ostenta orgulhosa
A amargura que
Entope minha aorta
São tão sufocantes
Mas nada importa
Todos os recursos esgotados
Uma estrutura que não suporta
Nossa loucura, nossa ganância
Uma sociedade falida
Uma vida fracassada
Minha ilusão está morta
E já não tenho palavras
Que expressem com poesia
A sensação que me acomete
Mas não se engane
Continuarei escrevendo
A rima que se dane
Nada mais importa
A saudade que me corta
A verdade que fechou
A janela nos meus dedos
E que na minha cara
Bateu a porta
Parecem insuportáveis
Mas nada importa
Esta mentalidade tacanha
Esta filosofia torta
Que a humanidade esbanja
E até ostenta orgulhosa
A amargura que
Entope minha aorta
São tão sufocantes
Mas nada importa
Todos os recursos esgotados
Uma estrutura que não suporta
Nossa loucura, nossa ganância
Uma sociedade falida
Uma vida fracassada
Minha ilusão está morta
E já não tenho palavras
Que expressem com poesia
A sensação que me acomete
Mas não se engane
Continuarei escrevendo
A rima que se dane
Nada mais importa
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Redes sociais
Sinto que o mundo não cabe em mim
Pressinto que esta ambição a mim não cabe
Sinto muito não ser aquele que tudo sabe
Vivendo no infinito, sou criatura que tem fim
Quisera ouvir todas músicas já feitas
Beijar todas moças que existem, cheirar todas flores
Dizer que amo todos meus amigos, perdoar os agressores
Vivendo num mundo caótico, criaturas imperfeitas
Pudera dividir o átomo a frio, no tempo viajar
Pisar o barro do Nilo, afagar ursos polares
Brincar com meu filho no tapete da sala, expedições lunares
Vivendo uma vida de sonho, obcecado pelo despertar
Pressinto que esta ambição a mim não cabe
Sinto muito não ser aquele que tudo sabe
Vivendo no infinito, sou criatura que tem fim
Quisera ouvir todas músicas já feitas
Beijar todas moças que existem, cheirar todas flores
Dizer que amo todos meus amigos, perdoar os agressores
Vivendo num mundo caótico, criaturas imperfeitas
Pudera dividir o átomo a frio, no tempo viajar
Pisar o barro do Nilo, afagar ursos polares
Brincar com meu filho no tapete da sala, expedições lunares
Vivendo uma vida de sonho, obcecado pelo despertar
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Poesia
Aqui nestas linhas onde subsisto
Nas entranhas de versos vorazes
Digo tudo o que pensas
Sei tudo o que fazes
Um enorme poder eu conquisto
Na trama da métrica em que resisto
Na teia de rimas audazes
Sangro sensações intensas
Verto ideias sagazes
Na veia da palavra eu invisto
Mas se meu traçado não é visto
Não passo de borrões incapazes
Tantas histórias imensas
Perdidas em letras fugazes
Sem teus olhos não existo
Nas entranhas de versos vorazes
Digo tudo o que pensas
Sei tudo o que fazes
Um enorme poder eu conquisto
Na trama da métrica em que resisto
Na teia de rimas audazes
Sangro sensações intensas
Verto ideias sagazes
Na veia da palavra eu invisto
Mas se meu traçado não é visto
Não passo de borrões incapazes
Tantas histórias imensas
Perdidas em letras fugazes
Sem teus olhos não existo
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Nada
A vela que me vale neste mar
Naufraga solenemente
A veia que me nutre, infelizmente
Destinada a falhar
A vela que ilumina o caminhar
Por este vale inclemente
A verdade que se mostra, contundente
Destinada a apagar
A vala que logo há de me abrigar
Briga que travo eternamente
Repulsa e desejo, contradizente
Deste nada abraçar
Naufraga solenemente
A veia que me nutre, infelizmente
Destinada a falhar
A vela que ilumina o caminhar
Por este vale inclemente
A verdade que se mostra, contundente
Destinada a apagar
A vala que logo há de me abrigar
Briga que travo eternamente
Repulsa e desejo, contradizente
Deste nada abraçar
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Vida
Deixe-me mansamente
Matéria inconstante
Jazendo inerte
A tudo indiferente
Do nada integrante
Deixe-me totalmente
Em menos de um instante
E assim conserte
Meu corpo decadente
Minha mente pulsante
Deixe-me inconsciente
Nesse momento agonizante
Para enfim saber-te
Mais do que presente
Determinante
Matéria inconstante
Jazendo inerte
A tudo indiferente
Do nada integrante
Deixe-me totalmente
Em menos de um instante
E assim conserte
Meu corpo decadente
Minha mente pulsante
Deixe-me inconsciente
Nesse momento agonizante
Para enfim saber-te
Mais do que presente
Determinante
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Eclipse II
A abóbada abobada do céu
A borda do mar, aborda
Quer saber aonde é que se meteu
O Sol que meu amor acorda
A corda de que pendia desprendeu
E o soltou pela noite afora
A Lua quando o viu se surpreendeu
E o passar do tempo perdeu a hora
Não é que o danado se escondeu
Atrás da amiga esbranquiçada
Volta cor-de-abóbora amigo meu
E deixe nossa vida iluminada
A borda do mar, aborda
Quer saber aonde é que se meteu
O Sol que meu amor acorda
A corda de que pendia desprendeu
E o soltou pela noite afora
A Lua quando o viu se surpreendeu
E o passar do tempo perdeu a hora
Não é que o danado se escondeu
Atrás da amiga esbranquiçada
Volta cor-de-abóbora amigo meu
E deixe nossa vida iluminada
sábado, 23 de agosto de 2014
Usted
Substância mística esta que te compõe
Substância etérea
O arranjo molecular de teu calor
De teu olhar
Tua risada séria
A mágica de que teu sorriso dispõe
Sensação aérea
Pelo céu de teu toque planar
Disco voador
Sobrevoando a Ibéria
Substância etérea
O arranjo molecular de teu calor
De teu olhar
Tua risada séria
A mágica de que teu sorriso dispõe
Sensação aérea
Pelo céu de teu toque planar
Disco voador
Sobrevoando a Ibéria
domingo, 17 de agosto de 2014
Aço
De lance em lance
De passo em passo
Cada dia aumenta meu embaraço
De tudo que penso
De tudo que faço
Resta-me apenas cansaço
Preciso de tempo
Preciso de espaço
Para esta sina que traço
Prisioneiro da mente
Cativo do laço
Vítima fatal da presa que caço
De passo em passo
Cada dia aumenta meu embaraço
De tudo que penso
De tudo que faço
Resta-me apenas cansaço
Preciso de tempo
Preciso de espaço
Para esta sina que traço
Prisioneiro da mente
Cativo do laço
Vítima fatal da presa que caço
sábado, 16 de agosto de 2014
Espinho
Rosa
Quer ser minha esposa?
Posa em meu retrato
Pousa estrepitosa
Feito mariposa
Na poça de mel do meu substrato
Diga a todos como te trato
Do domo que te confeccionei
Para que nenhum tigre possa
Arranhar o teu recato
Ou invadir a tua roça
Vem mais perto
Que a encosta onde habitas
Não alcanço
Encosta
Roça minha mão
Ai!!!
Quer ser minha esposa?
Posa em meu retrato
Pousa estrepitosa
Feito mariposa
Na poça de mel do meu substrato
Diga a todos como te trato
Do domo que te confeccionei
Para que nenhum tigre possa
Arranhar o teu recato
Ou invadir a tua roça
Vem mais perto
Que a encosta onde habitas
Não alcanço
Encosta
Roça minha mão
Ai!!!
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Lua
Reluz querida
Em doces raios, colorida
Em duros brilhos, travestida
De sol
Traduz a vida
Em tua carne, refletida
Pelas trevas conduzida
Farol
Seduz a lida
Do cantor, do poeta que elucida
De noite, o que o dia susteniza,
Bemol
Em doces raios, colorida
Em duros brilhos, travestida
De sol
Traduz a vida
Em tua carne, refletida
Pelas trevas conduzida
Farol
Seduz a lida
Do cantor, do poeta que elucida
De noite, o que o dia susteniza,
Bemol
Faroeste
Teu herói e teu bandido
Devo sê-los
Pelos elos que nos prendem
Pelos selos que rotulam
Mas teus cabelos configuram
O meu ninho, meu sentido
Me desculpe ter mentido
Os teus pelos eriçados
Acusando-me, dourados
Teus castelos demolir
Mas nos novelos do teu sonho
Plenamente me exponho
Indefeso a dormir
Sou eu que velo o teu sono
E que melo tua boca
Teu herói e teu bandido
Teu amigo e opressor
Personagens que despontam
Paralelos que se encontram
No infinito do amor
Devo sê-los
Pelos elos que nos prendem
Pelos selos que rotulam
Mas teus cabelos configuram
O meu ninho, meu sentido
Me desculpe ter mentido
Os teus pelos eriçados
Acusando-me, dourados
Teus castelos demolir
Mas nos novelos do teu sonho
Plenamente me exponho
Indefeso a dormir
Sou eu que velo o teu sono
E que melo tua boca
Teu herói e teu bandido
Teu amigo e opressor
Personagens que despontam
Paralelos que se encontram
No infinito do amor
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Sedação
As horas não passam
Embaçam
Sei que demoras
E não sei mais nada
Em algum lugar depois daquela curva
Esfacelou-se a estrada
E minha mente ficou turva
Não sinto a ponta dos dedos
Consciente apenas dos medos
O resto é um borrão
Mas sei que demoras
E que me mata a solidão
Aqui, de tudo distante
A voz abafada a contragosto
Espiando a vida de uma fresta
Aplaca esta dor lancinante
Um vislumbre do teu rosto
Pelo tempo que me resta
Embaçam
Sei que demoras
E não sei mais nada
Em algum lugar depois daquela curva
Esfacelou-se a estrada
E minha mente ficou turva
Não sinto a ponta dos dedos
Consciente apenas dos medos
O resto é um borrão
Mas sei que demoras
E que me mata a solidão
Aqui, de tudo distante
A voz abafada a contragosto
Espiando a vida de uma fresta
Aplaca esta dor lancinante
Um vislumbre do teu rosto
Pelo tempo que me resta
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Emoção
Arranca de meus olhos
A última lágrima contida
E de meu íntimo
A esperança suprimida
Pelas agruras
Pela dureza da vida
Arda como nunca
Esta velha ferida
Dormente
Só há uma saída
Decente
Entregar-me a ti
Querida
A última lágrima contida
E de meu íntimo
A esperança suprimida
Pelas agruras
Pela dureza da vida
Arda como nunca
Esta velha ferida
Dormente
Só há uma saída
Decente
Entregar-me a ti
Querida
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Cantiga
Cante para mim
Canção em modo menor
Pra eu me sentir melhor
Pra eu te sentir assim
Esquecer que tudo tem fim
Concentrar-me no bem maior
Antes que fique pior
Dizer menos não e mais sim
Canção em modo menor
Pra eu me sentir melhor
Pra eu te sentir assim
Esquecer que tudo tem fim
Concentrar-me no bem maior
Antes que fique pior
Dizer menos não e mais sim
terça-feira, 20 de maio de 2014
Ódio
Surge do abismo obscuro da mente
Brota no campo sem flores da dor
Tudo transforma em cinzas somente
Pela manhã força o sol a se por
Troa feroz em meu grito demente
Ruge soturno em tom perturbador
Ferve meu sangue, me deixa doente
É um dos lados avessos do amor
Deixa-me livre ó vil sentimento
Quero nutrir só o bem em meu peito
Ser o mais calmo e manso possível
Devo contar como é meu pensamento
Penso que é certamente o respeito
Que faz de mim ser humano invencível
Brota no campo sem flores da dor
Tudo transforma em cinzas somente
Pela manhã força o sol a se por
Troa feroz em meu grito demente
Ruge soturno em tom perturbador
Ferve meu sangue, me deixa doente
É um dos lados avessos do amor
Deixa-me livre ó vil sentimento
Quero nutrir só o bem em meu peito
Ser o mais calmo e manso possível
Devo contar como é meu pensamento
Penso que é certamente o respeito
Que faz de mim ser humano invencível
domingo, 18 de maio de 2014
Contraponto
Tento tanto
Conto, canto
Vendo gente
Sendo manso
Adianta?
Mundo lento
Muito vento
Vindo junto
Sinto tonto
Contraponto!
Tendo visto
Penso: Venço
Nunca canso
Minto; findo
Esperando.
Conto, canto
Vendo gente
Sendo manso
Adianta?
Mundo lento
Muito vento
Vindo junto
Sinto tonto
Contraponto!
Tendo visto
Penso: Venço
Nunca canso
Minto; findo
Esperando.
sábado, 17 de maio de 2014
Sensorial
O azul que vejo
O Amazonas, o Tejo
O sabor de seu beijo
É tudo ilusão
Sem meus olhos
A cor não fulgura
O rio se transfigura
Em água impura
Sem teus olhos
Sou só solidão
É por que sinto
Que tudo existe
E se tudo é tão triste
É que a tristeza
Mora em meu coração
Coração que não sente
Leva a culpa, inocente
Do que se passa na mente
O desejo, a loucura que insiste
Na latente paixão
O Amazonas, o Tejo
O sabor de seu beijo
É tudo ilusão
Sem meus olhos
A cor não fulgura
O rio se transfigura
Em água impura
Sem teus olhos
Sou só solidão
É por que sinto
Que tudo existe
E se tudo é tão triste
É que a tristeza
Mora em meu coração
Coração que não sente
Leva a culpa, inocente
Do que se passa na mente
O desejo, a loucura que insiste
Na latente paixão
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Decrepitude
Cobra, tempo implacável
Meu débito de prazer
Pago resignado
O que vou fazer
Se a finitude em meu leito se desdobra?
Obra inalienável
Minha vida devo viver
Grato, ensimesmado
Ou é melhor morrer
A sofrer o resto do tempo que me sobra?
Meu débito de prazer
Pago resignado
O que vou fazer
Se a finitude em meu leito se desdobra?
Obra inalienável
Minha vida devo viver
Grato, ensimesmado
Ou é melhor morrer
A sofrer o resto do tempo que me sobra?
terça-feira, 13 de maio de 2014
Prático
Não me importo com poesia
Não olho pro lado, não sinto o momento
As palavras que disse outro dia
Foram perdidas no vento
Não me cativam as flores
Penso no hoje, vou direto ao ponto
Se precisares, te sigo aonde fores
Mas como amigo, não como um tonto
Não olho pro lado, não sinto o momento
As palavras que disse outro dia
Foram perdidas no vento
Não me cativam as flores
Penso no hoje, vou direto ao ponto
Se precisares, te sigo aonde fores
Mas como amigo, não como um tonto
sábado, 10 de maio de 2014
Terra
Esfera azulada
Envolta em nada
Paciente, espera
A próxima rodada
Rotação
Na era passada
Trilhou nossa estrada
Persistente, esmera
Transcende a jornada
Translação
És fera acuada
Rugindo indomada
O magma, a cratera
A crosta transtornada
Revolução
Envolta em nada
Paciente, espera
A próxima rodada
Rotação
Na era passada
Trilhou nossa estrada
Persistente, esmera
Transcende a jornada
Translação
És fera acuada
Rugindo indomada
O magma, a cratera
A crosta transtornada
Revolução
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Empáfia
A Terra existiu sem nós
Por quatro e meio bilhões de anos
Estreando nesse palco
E nos sentindo sós
Prazer, somos humanos
Nossa história é o ponto final
De mil páginas do livro da vida
Ignorando esse fato
Sentindo-se a tal
Nossa espécie se sente a preferida
Por quatro e meio bilhões de anos
Estreando nesse palco
E nos sentindo sós
Prazer, somos humanos
Nossa história é o ponto final
De mil páginas do livro da vida
Ignorando esse fato
Sentindo-se a tal
Nossa espécie se sente a preferida
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Viajante
Quero ver uma estrela cadente
Quero ver a aurora boreal
Contemplar, do oceano, o poente
Atracar no porto, Portugal
Quero ver o mundo, ver a gente
Viver uma história surreal
Quando o mundo acabar, ir em frente
Rumar ao espaço sideral
Cair no buraco de minhoca
Subir a espiral da genética
Em uma nave, numa engenhoca
A existência é mais que poética
Centelha onde tudo desemboca
Realidade louca e frenética
Quero ver a aurora boreal
Contemplar, do oceano, o poente
Atracar no porto, Portugal
Quero ver o mundo, ver a gente
Viver uma história surreal
Quando o mundo acabar, ir em frente
Rumar ao espaço sideral
Cair no buraco de minhoca
Subir a espiral da genética
Em uma nave, numa engenhoca
A existência é mais que poética
Centelha onde tudo desemboca
Realidade louca e frenética
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Nostalgia
Uma casa cheia
Uma gente boa
Mora em minha ideia
Pensamento voa
Corre em minha veia
Rio de saudade
Choro uma garoa
Sofro tempestade
Pela minha dor
Pela dor alheia
Uma gente boa
Mora em minha ideia
Pensamento voa
Corre em minha veia
Rio de saudade
Choro uma garoa
Sofro tempestade
Pela minha dor
Pela dor alheia
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Preconceito
Pensamento obtuso
Covarde, confuso
Já fez o bastante
Agora se ausente
Pensamento atrasado
Você é o culpado
De tudo de errado
Na vida da gente
Marginalizados
Se sentem culpados
Por serem quem são
Falácias antigas
De gente vazia
Que arrota moral
E traz depressão
Seja você mesmo
Não aceite as histórias
De recriminação
Isso não existe
Foi tudo inventado
Com o dedo em riste
Determinado
Conteste, diga não
Covarde, confuso
Já fez o bastante
Agora se ausente
Pensamento atrasado
Você é o culpado
De tudo de errado
Na vida da gente
Marginalizados
Se sentem culpados
Por serem quem são
Falácias antigas
De gente vazia
Que arrota moral
E traz depressão
Seja você mesmo
Não aceite as histórias
De recriminação
Isso não existe
Foi tudo inventado
Com o dedo em riste
Determinado
Conteste, diga não
sábado, 12 de abril de 2014
Verão
Em noite quente, andar na praia
A brisa traz uma vontade de amar
A pele ardente, a tua saia
Ela beija serena, ela faz panejar
Estrela cadente, do céu não caia
Se o meu desejo não puder realizar
Que a paixão aguente, não se esvaia
Quando o verão abruptamente passar
A brisa traz uma vontade de amar
A pele ardente, a tua saia
Ela beija serena, ela faz panejar
Estrela cadente, do céu não caia
Se o meu desejo não puder realizar
Que a paixão aguente, não se esvaia
Quando o verão abruptamente passar
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Adeus
Para Bebel
Não estou pronto para o adeus amiga
Esta palavra triste não digo, não diga
Espero logo poder te ver de novo
Ouvir seu sorriso, ensinar-lhe uma cantiga
Se o tempo a separação nos obriga
É ele também que nossas vidas liga
Meu carinho por você sempre será novo
Por mais que a lembrança fique antiga
Não estou pronto para o adeus amiga
Esta palavra triste não digo, não diga
Espero logo poder te ver de novo
Ouvir seu sorriso, ensinar-lhe uma cantiga
Se o tempo a separação nos obriga
É ele também que nossas vidas liga
Meu carinho por você sempre será novo
Por mais que a lembrança fique antiga
terça-feira, 8 de abril de 2014
H2O
Enfeita, ó deusa, com tuas vítreas contas,
toda esta paisagem
Caída do céu,
qual multidão de profecias benditas
Mãe de toda criatura,
é o ritmo da vida que ditas
Translúcida jóia,
empreendes pelo mundo alucinante viagem
Os olhos sedentos do empoeirado beduíno
te veem na miragem
Poesia suprema,
o farfalhar de tuas ondas, ao poente recita
Rica flora, linda fauna
teus infindáveis leitos habita
Tu, que dos antigos cometas
que visitaram a Terra, vieste na bagagem
Abraça-me querida, e me faz esquecer
por enquanto a tristeza da vida
Enreda-me em teu rodamoinho
e leva-me embora
Deixa em minha boca
o austero gosto de teu sal
Em meu corpo, em minhas células,
em meu pensamento estás contida
Lave-me do medo, nutra-me de amor,
envolva-me senhora
És a fonte sagrada do bem,
és do universo o elemento principal
toda esta paisagem
Caída do céu,
qual multidão de profecias benditas
Mãe de toda criatura,
é o ritmo da vida que ditas
Translúcida jóia,
empreendes pelo mundo alucinante viagem
Os olhos sedentos do empoeirado beduíno
te veem na miragem
Poesia suprema,
o farfalhar de tuas ondas, ao poente recita
Rica flora, linda fauna
teus infindáveis leitos habita
Tu, que dos antigos cometas
que visitaram a Terra, vieste na bagagem
Abraça-me querida, e me faz esquecer
por enquanto a tristeza da vida
Enreda-me em teu rodamoinho
e leva-me embora
Deixa em minha boca
o austero gosto de teu sal
Em meu corpo, em minhas células,
em meu pensamento estás contida
Lave-me do medo, nutra-me de amor,
envolva-me senhora
És a fonte sagrada do bem,
és do universo o elemento principal
domingo, 6 de abril de 2014
Incompleto
Nascida da poeira das estrelas devastadas
De partículas que cruzaram distância infinita
Com a eternidade ao seu dispor pra serem combinadas
A vida floresceu, aterradora e bonita
Sobreviveu graças à própria carne devorada
Tomou o planeta e nem só a ele está restrita
Mais uma vez revolucionou e forjou do nada
A consciência, que nos faz uma espécie esquisita
Levei bilhões de anos pra escrever este poema
E ainda assim receio que ele não vai ficar pronto
Sinto-me incompleto, sinto-me fora deste esquema
É que a vida que se uniria à minha nesse ponto
Extraviou-se, ou mudou de assunto, ou mudou de tema
E eu fiquei só, e fiquei mudo, e eu fiquei tonto
De partículas que cruzaram distância infinita
Com a eternidade ao seu dispor pra serem combinadas
A vida floresceu, aterradora e bonita
Sobreviveu graças à própria carne devorada
Tomou o planeta e nem só a ele está restrita
Mais uma vez revolucionou e forjou do nada
A consciência, que nos faz uma espécie esquisita
Levei bilhões de anos pra escrever este poema
E ainda assim receio que ele não vai ficar pronto
Sinto-me incompleto, sinto-me fora deste esquema
É que a vida que se uniria à minha nesse ponto
Extraviou-se, ou mudou de assunto, ou mudou de tema
E eu fiquei só, e fiquei mudo, e eu fiquei tonto
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Estio
Quando mais quero, cadê saliva?
Se fica seca, a boca emudece
Empoeirada, a alma enrijece
Só a lembrança está em carne viva
Já não há mais alternativa
À natureza minha sina obedece
Se a alegria este solo não umedece
A semente do ser jaz cativa
Apagada e ressequida a sempre-viva
De morte recorrente a eternidade tece
A luz do dia mais bonito enegrece
Aos olhos de criatura tão inexpressiva
Se fica seca, a boca emudece
Empoeirada, a alma enrijece
Só a lembrança está em carne viva
Já não há mais alternativa
À natureza minha sina obedece
Se a alegria este solo não umedece
A semente do ser jaz cativa
Apagada e ressequida a sempre-viva
De morte recorrente a eternidade tece
A luz do dia mais bonito enegrece
Aos olhos de criatura tão inexpressiva
domingo, 30 de março de 2014
Tempos modernos
Que sensação soturna é essa?
Um desconforto subliminar
O sangue gela, o sono cessa
É difícil se concentrar
Em meio ao caos, com tanta pressa
Não conseguir finalizar
Nada realmente interessa
Não assistir TV, zapear
Qualquer coisa logo estressa
Não ver a paisagem, fotografar
Sem sentido, sem descanço, outro dia começa
Não conversar com o amigo, postar
Viver prometendo e esperando uma promessa
Mas realmente não realizar
É uma sensação vazia, uma dormência
Pressão por todo lado, uma cobrança
Corrupção , injustiça, falência
Uma total falta de confiança
O Mercado nos ofende a inteligência
A religião não traz mais esperança
A política é o retrato da ausência
O esquecimento somatizado na lembrança
O sofrimento arraigado na vivência
Na tormenta, nenhum vento de mudança
Tudo isso intensifica a experiência
Corta, cala, quebra, cansa
Sensação soturna de demência
Que a humanidade inexoravelmente alcança
Um desconforto subliminar
O sangue gela, o sono cessa
É difícil se concentrar
Em meio ao caos, com tanta pressa
Não conseguir finalizar
Nada realmente interessa
Não assistir TV, zapear
Qualquer coisa logo estressa
Não ver a paisagem, fotografar
Sem sentido, sem descanço, outro dia começa
Não conversar com o amigo, postar
Viver prometendo e esperando uma promessa
Mas realmente não realizar
É uma sensação vazia, uma dormência
Pressão por todo lado, uma cobrança
Corrupção , injustiça, falência
Uma total falta de confiança
O Mercado nos ofende a inteligência
A religião não traz mais esperança
A política é o retrato da ausência
O esquecimento somatizado na lembrança
O sofrimento arraigado na vivência
Na tormenta, nenhum vento de mudança
Tudo isso intensifica a experiência
Corta, cala, quebra, cansa
Sensação soturna de demência
Que a humanidade inexoravelmente alcança
sexta-feira, 21 de março de 2014
Criatividade
Luz radiante dos sonhos dourados
Tens a beleza profunda da vida
Em tua história está resumida
Toda a glória dos tempos passados
És comandante de muitos soldados
Numa batalha que pra ser vencida
Tem de ser justa e ser compreendida
Como tarefa de predestinados
Segue indomada esta fera possante
A cavalgar pela mente brilhante
Mozart, Walt Disney e Einstein e mais
Gênios que acendem a chama ofuscante
Cora e aquece este vil figurante
Vence a tristeza que no meu ser jaz
Tens a beleza profunda da vida
Em tua história está resumida
Toda a glória dos tempos passados
És comandante de muitos soldados
Numa batalha que pra ser vencida
Tem de ser justa e ser compreendida
Como tarefa de predestinados
Segue indomada esta fera possante
A cavalgar pela mente brilhante
Mozart, Walt Disney e Einstein e mais
Gênios que acendem a chama ofuscante
Cora e aquece este vil figurante
Vence a tristeza que no meu ser jaz
quarta-feira, 19 de março de 2014
Paixão
Eu quero mordiscar-lhe o seio
E festejar-lhe a boca
Soltar de vez o freio
Dessa vontade oca
Desembestar o coração
E afagar-lhe a coxa
E deixar você zonza
Uma mordida roxa
Eu tigre, você onça
E apertar sua mão
E repousarmos serenos
Fronteiras inexistentes
E nós juntos seremos
Dois seres iridescentes
Em plena comunhão
E festejar-lhe a boca
Soltar de vez o freio
Dessa vontade oca
Desembestar o coração
E afagar-lhe a coxa
E deixar você zonza
Uma mordida roxa
Eu tigre, você onça
E apertar sua mão
E repousarmos serenos
Fronteiras inexistentes
E nós juntos seremos
Dois seres iridescentes
Em plena comunhão
terça-feira, 18 de março de 2014
Pausa
Já não escrevo como antes
A força de acontecimentos gigantes
Fez-me esquecer o que devo
Levou-me as palavras da mão
Num mundo de pura ilusão
Meu inquilino poeta dorme
Sonha secretos sons sibilantes
Seus sentidos sempre vigilantes
Despertam para inéditos vocábulos
Perecerá sob o toner e o grafite
A saudade apertada sem limite
Dos regressos versos triunfantes
A força de acontecimentos gigantes
Fez-me esquecer o que devo
Levou-me as palavras da mão
Num mundo de pura ilusão
Meu inquilino poeta dorme
Sonha secretos sons sibilantes
Seus sentidos sempre vigilantes
Despertam para inéditos vocábulos
Perecerá sob o toner e o grafite
A saudade apertada sem limite
Dos regressos versos triunfantes
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Ciclo
As palavras silenciar
Abafar todas notas
Interditar as rotas
Rarefazer o ar
E a inevitável quebra
Que a finitude lembra
A se aproximar
Bem no ponto final
Retornar ao início
À beira do precipício
A espera é letal
E a inevitável queda
Que o temor hospeda
É fundamental
Abafar todas notas
Interditar as rotas
Rarefazer o ar
E a inevitável quebra
Que a finitude lembra
A se aproximar
Bem no ponto final
Retornar ao início
À beira do precipício
A espera é letal
E a inevitável queda
Que o temor hospeda
É fundamental
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Pouca coisa
De tão pouca coisa me ocupo
Também nessas coisas fracasso
Me odeio, me firo, me culpo
Sucumbo ao imenso cansaço
Que rouba a beleza do dia
Põe sombra onde a luz vigorava
Compõe uma triste poesia
Arrasta-me, prende, me trava
De tão pouca coisa me orgulho
Pra tantos também não é nada
Na mediocridade mergulho
E fico com a alma afogada
Não quero deixar descendência
Legar sofrimento profundo
Melhor é agir com decência
Viver a despeito do mundo
Também nessas coisas fracasso
Me odeio, me firo, me culpo
Sucumbo ao imenso cansaço
Que rouba a beleza do dia
Põe sombra onde a luz vigorava
Compõe uma triste poesia
Arrasta-me, prende, me trava
De tão pouca coisa me orgulho
Pra tantos também não é nada
Na mediocridade mergulho
E fico com a alma afogada
Não quero deixar descendência
Legar sofrimento profundo
Melhor é agir com decência
Viver a despeito do mundo
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Caixa forte
Fortemente protegido
Pelas trancas de papel
Nada entre terra e céu
Me pega desprevenido
Portas de algodão tecido
Numa trama intransponível
Me fazem inalcançável
Em plena praça escondido
Me protege um Deus de vento
Estou certo cem por cento
Que de tudo estou no centro
Minha dúbia convicção
É...
Por minha conta somente
Do infinito, inconsciente
Vagueio solenemente
Escorado na ilusão
Santa probabilidade
Que não seja eu o tal
Vitimado pelo mal
Ou pela fatalidade
Em minha fragilidade
Me protege um animal
E sou grato ao meu igual
Pela solidariedade
Pelas trancas de papel
Nada entre terra e céu
Me pega desprevenido
Portas de algodão tecido
Numa trama intransponível
Me fazem inalcançável
Em plena praça escondido
Me protege um Deus de vento
Estou certo cem por cento
Que de tudo estou no centro
Minha dúbia convicção
É...
Por minha conta somente
Do infinito, inconsciente
Vagueio solenemente
Escorado na ilusão
Santa probabilidade
Que não seja eu o tal
Vitimado pelo mal
Ou pela fatalidade
Em minha fragilidade
Me protege um animal
E sou grato ao meu igual
Pela solidariedade
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Discreto
Não adianta rasgar o verbo
Nem entrar de sola
O coração que chora
Tem de ser discreto
Tem de furar concreto
E que pedir esmola
Por que mentir não cola
É que vou ser sincero
Eu acho que te amo demais
Mas não vou forçar a barra
Não vou ganhar na marra
Sua atenção
Vou chegar de mansinho
Pegar sua mão
Olhar nos seus olhos
E te mostrar quem sou
Transparecer o amor
E te deixar em paz
Pra sentir o mesmo ou não
Se a recíproca for verdadeira
Não espere sentada
Que a hora atrasada
Pode ser a derradeira
Nem entrar de sola
O coração que chora
Tem de ser discreto
Tem de furar concreto
E que pedir esmola
Por que mentir não cola
É que vou ser sincero
Eu acho que te amo demais
Mas não vou forçar a barra
Não vou ganhar na marra
Sua atenção
Vou chegar de mansinho
Pegar sua mão
Olhar nos seus olhos
E te mostrar quem sou
Transparecer o amor
E te deixar em paz
Pra sentir o mesmo ou não
Se a recíproca for verdadeira
Não espere sentada
Que a hora atrasada
Pode ser a derradeira
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Três reinos
O Alberto trouxe o asbesto e quatro quartzo
O feldspato a mica e o betume
Pra eu fazer um talismã
E me livrar pela manhã do teu ciúme
Mandei buscar o boldo e a carqueja
Erva-cidreira, doce ou o que seja
Pra eu fazer unguento ou chá
E amansar seu coração quando me beija
Vou apelar para a natureza
Para ter certeza que você me ama
Vou rebentar as ondas do mar em nossa cama
Vou soprar o vento da manhã na tua face
E desbastar o seu disfarce
Vou carregar a luz do Sol no bolso
Pra quando o tempo fechar
O que mais quero é te fazer feliz
Não tem por que duvidar
O caboclo trouxe um melro e um uirapuru
Um pintassilgo, um loro e um urubu
Pra eu botar numa gaiola
E te cantar como é que chora o meu amor
O feldspato a mica e o betume
Pra eu fazer um talismã
E me livrar pela manhã do teu ciúme
Mandei buscar o boldo e a carqueja
Erva-cidreira, doce ou o que seja
Pra eu fazer unguento ou chá
E amansar seu coração quando me beija
Vou apelar para a natureza
Para ter certeza que você me ama
Vou rebentar as ondas do mar em nossa cama
Vou soprar o vento da manhã na tua face
E desbastar o seu disfarce
Vou carregar a luz do Sol no bolso
Pra quando o tempo fechar
O que mais quero é te fazer feliz
Não tem por que duvidar
O caboclo trouxe um melro e um uirapuru
Um pintassilgo, um loro e um urubu
Pra eu botar numa gaiola
E te cantar como é que chora o meu amor
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Cria
NA CRISE CRIATIVA
NA CRISE , CRIA ATIVA
CRIA NA CRISE ATIVA
CRIA NATIVA DA CRISE
CRUZA A CURA CONTIDA
NA DURA PUREZA DA VIDA
DA NUA E CRUA FERIDA
NASCE UMA FLOR COLORIDA
NA CRISE , CRIA ATIVA
CRIA NA CRISE ATIVA
CRIA NATIVA DA CRISE
CRUZA A CURA CONTIDA
NA DURA PUREZA DA VIDA
DA NUA E CRUA FERIDA
NASCE UMA FLOR COLORIDA
Esmaecendo
Ao amigo Waldo, que optou por não prosseguir.
Chega de palavras melancólicas
Dou um basta para tudo
Este ser carrancudo que vagueia
Por insólitos vocábulos
Caiu na teia da depressão
Entrego-me resignado
À fria mão que me tateia
E não vou mais adiante
Desculpem-me aqueles
A quem tocou minha tristeza
Desculpe mãe natureza
Esta criatura insignificante
E sua ilusão de grandeza
Mas que louco!
A natureza não tem consciência
E nem sentido algum
Além da sobrevivência
Para ela sou mais um
A carregar genes egoístas
Mas não deixarei descendência
Nem pistas
Vou sumindo pouco a pouco
Chega de palavras melancólicas
Dou um basta para tudo
Este ser carrancudo que vagueia
Por insólitos vocábulos
Caiu na teia da depressão
Entrego-me resignado
À fria mão que me tateia
E não vou mais adiante
Desculpem-me aqueles
A quem tocou minha tristeza
Desculpe mãe natureza
Esta criatura insignificante
E sua ilusão de grandeza
Mas que louco!
A natureza não tem consciência
E nem sentido algum
Além da sobrevivência
Para ela sou mais um
A carregar genes egoístas
Mas não deixarei descendência
Nem pistas
Vou sumindo pouco a pouco
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Presa
Não há alegria na selva
Escondida no meio da relva
A morte está de tocaia
A cena que agora é bucólica
Logo será melancólica
Cotidiana tragédia se ensaia
Linda manada no pasto
Por um terreno tão vasto
A calma não dura um instante
Pois quem mata a fome alheia
Com sangue de sua própria veia
Está em perigo constante
As barras da cadeia alimentaar
Prendem sem nem se importar
Uma espécie inteira
Pobre da presa abatida
Condenada a vagar pela vida
Sempre da dor companheira
Escondida no meio da relva
A morte está de tocaia
A cena que agora é bucólica
Logo será melancólica
Cotidiana tragédia se ensaia
Linda manada no pasto
Por um terreno tão vasto
A calma não dura um instante
Pois quem mata a fome alheia
Com sangue de sua própria veia
Está em perigo constante
As barras da cadeia alimentaar
Prendem sem nem se importar
Uma espécie inteira
Pobre da presa abatida
Condenada a vagar pela vida
Sempre da dor companheira
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Predador
Espreita e fareja
Silencioso e sombrio
Não importa onde esteja
Ele já viu
A pobre indefesa
Refeição e sobremesa
Corre e salta
Com força total
A proteína faz falta
Se no final
De sua caçada
Não pegar nada
Arranha e morde
A defunta carcaça
Vive de morte
Mas não é de graça
Dedica-se à empresa
Operário da natureza
Silencioso e sombrio
Não importa onde esteja
Ele já viu
A pobre indefesa
Refeição e sobremesa
Corre e salta
Com força total
A proteína faz falta
Se no final
De sua caçada
Não pegar nada
Arranha e morde
A defunta carcaça
Vive de morte
Mas não é de graça
Dedica-se à empresa
Operário da natureza
Cansaço
Meu dia a dia
É uma total falta de ideia
Tropeça morno em minha veia
O sangue azul da covardia
Minha nobre miséria
E a minha melodia
Quem diria? Está velha
Minha risada está mais séria
Tudo aquilo que eu sabia
Não é mais nada que valha
Minha alma está mais fria
Onde a indiferença se espalha
Mais e mais o meu ser falha
Em ser aquilo que eu queria
Já sou feito de migalhas
É uma total falta de ideia
Tropeça morno em minha veia
O sangue azul da covardia
Minha nobre miséria
E a minha melodia
Quem diria? Está velha
Minha risada está mais séria
Tudo aquilo que eu sabia
Não é mais nada que valha
Minha alma está mais fria
Onde a indiferença se espalha
Mais e mais o meu ser falha
Em ser aquilo que eu queria
Já sou feito de migalhas
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
HD
Te amo em alta definição
Te lembro com mil megapixels
Toda graça e os encantos seus
Encantam e alegram meu coração
O cabo HDMI da emoção
Levará meu canto em som surround
Ao seu ouvido, não importa aonde
Você esteja nesta imensidão
Sintonize o canal do sentimento
Coloque seus óculos 3D
E verá o que mora lá dentro
Deste poeta que ama você
Nosso filme terá prosseguimento
Mesmo que desliguem a TV
Te lembro com mil megapixels
Toda graça e os encantos seus
Encantam e alegram meu coração
O cabo HDMI da emoção
Levará meu canto em som surround
Ao seu ouvido, não importa aonde
Você esteja nesta imensidão
Sintonize o canal do sentimento
Coloque seus óculos 3D
E verá o que mora lá dentro
Deste poeta que ama você
Nosso filme terá prosseguimento
Mesmo que desliguem a TV
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Amanhece
Súbito, ao longe no céu apagado
Irrompe, pois, um clarão fulgurante
Antes tímido, depois triunfante
Vestido de rubro e de alaranjado
Do breu intenso se vê resultado
Em nada mais ou menos que um instante
Lindo cenário de luz ofuscante
A promessa de um dia abençoado
Assim como o BIG BANG e a evolução
Assim como nascer ou um sorriso
O amanhecer traz sim renovação
Pois muito pouco é tudo que é preciso
Hidrogênio, hélio, amor, união
Pra vencer o nada que interiorizo
Irrompe, pois, um clarão fulgurante
Antes tímido, depois triunfante
Vestido de rubro e de alaranjado
Do breu intenso se vê resultado
Em nada mais ou menos que um instante
Lindo cenário de luz ofuscante
A promessa de um dia abençoado
Assim como o BIG BANG e a evolução
Assim como nascer ou um sorriso
O amanhecer traz sim renovação
Pois muito pouco é tudo que é preciso
Hidrogênio, hélio, amor, união
Pra vencer o nada que interiorizo
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