terça-feira, 8 de abril de 2014

H2O

Enfeita, ó deusa, com tuas vítreas contas,
toda esta paisagem
Caída do céu,
qual multidão de profecias benditas
Mãe de toda criatura,
é o ritmo da vida que ditas
Translúcida jóia,
empreendes pelo mundo alucinante viagem

Os olhos sedentos do empoeirado beduíno
te veem na miragem
Poesia suprema,
o farfalhar de tuas ondas, ao poente recita
Rica flora, linda fauna
teus infindáveis leitos habita
Tu, que dos antigos cometas
que visitaram a Terra, vieste na bagagem

Abraça-me querida, e me faz esquecer
por enquanto a tristeza da vida
Enreda-me em teu rodamoinho
e leva-me embora
Deixa em minha boca
o austero gosto de teu sal

Em meu corpo, em minhas células,
em meu pensamento estás contida
Lave-me do medo, nutra-me de amor,
envolva-me senhora
És a fonte sagrada do bem,
és do universo o elemento principal

Nenhum comentário:

Postar um comentário