sexta-feira, 4 de abril de 2014

Estio

Quando mais quero, cadê saliva?
Se fica seca, a boca emudece
Empoeirada, a alma enrijece
Só a lembrança está em carne viva

Já não há mais alternativa
À natureza minha sina obedece
Se a alegria este solo não umedece
A semente do ser jaz cativa

Apagada e ressequida a sempre-viva
De morte recorrente a eternidade tece
A luz do dia mais bonito enegrece
Aos olhos de criatura tão inexpressiva

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