Quero ver uma estrela cadente
Quero ver a aurora boreal
Contemplar, do oceano, o poente
Atracar no porto, Portugal
Quero ver o mundo, ver a gente
Viver uma história surreal
Quando o mundo acabar, ir em frente
Rumar ao espaço sideral
Cair no buraco de minhoca
Subir a espiral da genética
Em uma nave, numa engenhoca
A existência é mais que poética
Centelha onde tudo desemboca
Realidade louca e frenética
segunda-feira, 21 de abril de 2014
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Nostalgia
Uma casa cheia
Uma gente boa
Mora em minha ideia
Pensamento voa
Corre em minha veia
Rio de saudade
Choro uma garoa
Sofro tempestade
Pela minha dor
Pela dor alheia
Uma gente boa
Mora em minha ideia
Pensamento voa
Corre em minha veia
Rio de saudade
Choro uma garoa
Sofro tempestade
Pela minha dor
Pela dor alheia
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Preconceito
Pensamento obtuso
Covarde, confuso
Já fez o bastante
Agora se ausente
Pensamento atrasado
Você é o culpado
De tudo de errado
Na vida da gente
Marginalizados
Se sentem culpados
Por serem quem são
Falácias antigas
De gente vazia
Que arrota moral
E traz depressão
Seja você mesmo
Não aceite as histórias
De recriminação
Isso não existe
Foi tudo inventado
Com o dedo em riste
Determinado
Conteste, diga não
Covarde, confuso
Já fez o bastante
Agora se ausente
Pensamento atrasado
Você é o culpado
De tudo de errado
Na vida da gente
Marginalizados
Se sentem culpados
Por serem quem são
Falácias antigas
De gente vazia
Que arrota moral
E traz depressão
Seja você mesmo
Não aceite as histórias
De recriminação
Isso não existe
Foi tudo inventado
Com o dedo em riste
Determinado
Conteste, diga não
sábado, 12 de abril de 2014
Verão
Em noite quente, andar na praia
A brisa traz uma vontade de amar
A pele ardente, a tua saia
Ela beija serena, ela faz panejar
Estrela cadente, do céu não caia
Se o meu desejo não puder realizar
Que a paixão aguente, não se esvaia
Quando o verão abruptamente passar
A brisa traz uma vontade de amar
A pele ardente, a tua saia
Ela beija serena, ela faz panejar
Estrela cadente, do céu não caia
Se o meu desejo não puder realizar
Que a paixão aguente, não se esvaia
Quando o verão abruptamente passar
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Adeus
Para Bebel
Não estou pronto para o adeus amiga
Esta palavra triste não digo, não diga
Espero logo poder te ver de novo
Ouvir seu sorriso, ensinar-lhe uma cantiga
Se o tempo a separação nos obriga
É ele também que nossas vidas liga
Meu carinho por você sempre será novo
Por mais que a lembrança fique antiga
Não estou pronto para o adeus amiga
Esta palavra triste não digo, não diga
Espero logo poder te ver de novo
Ouvir seu sorriso, ensinar-lhe uma cantiga
Se o tempo a separação nos obriga
É ele também que nossas vidas liga
Meu carinho por você sempre será novo
Por mais que a lembrança fique antiga
terça-feira, 8 de abril de 2014
H2O
Enfeita, ó deusa, com tuas vítreas contas,
toda esta paisagem
Caída do céu,
qual multidão de profecias benditas
Mãe de toda criatura,
é o ritmo da vida que ditas
Translúcida jóia,
empreendes pelo mundo alucinante viagem
Os olhos sedentos do empoeirado beduíno
te veem na miragem
Poesia suprema,
o farfalhar de tuas ondas, ao poente recita
Rica flora, linda fauna
teus infindáveis leitos habita
Tu, que dos antigos cometas
que visitaram a Terra, vieste na bagagem
Abraça-me querida, e me faz esquecer
por enquanto a tristeza da vida
Enreda-me em teu rodamoinho
e leva-me embora
Deixa em minha boca
o austero gosto de teu sal
Em meu corpo, em minhas células,
em meu pensamento estás contida
Lave-me do medo, nutra-me de amor,
envolva-me senhora
És a fonte sagrada do bem,
és do universo o elemento principal
toda esta paisagem
Caída do céu,
qual multidão de profecias benditas
Mãe de toda criatura,
é o ritmo da vida que ditas
Translúcida jóia,
empreendes pelo mundo alucinante viagem
Os olhos sedentos do empoeirado beduíno
te veem na miragem
Poesia suprema,
o farfalhar de tuas ondas, ao poente recita
Rica flora, linda fauna
teus infindáveis leitos habita
Tu, que dos antigos cometas
que visitaram a Terra, vieste na bagagem
Abraça-me querida, e me faz esquecer
por enquanto a tristeza da vida
Enreda-me em teu rodamoinho
e leva-me embora
Deixa em minha boca
o austero gosto de teu sal
Em meu corpo, em minhas células,
em meu pensamento estás contida
Lave-me do medo, nutra-me de amor,
envolva-me senhora
És a fonte sagrada do bem,
és do universo o elemento principal
domingo, 6 de abril de 2014
Incompleto
Nascida da poeira das estrelas devastadas
De partículas que cruzaram distância infinita
Com a eternidade ao seu dispor pra serem combinadas
A vida floresceu, aterradora e bonita
Sobreviveu graças à própria carne devorada
Tomou o planeta e nem só a ele está restrita
Mais uma vez revolucionou e forjou do nada
A consciência, que nos faz uma espécie esquisita
Levei bilhões de anos pra escrever este poema
E ainda assim receio que ele não vai ficar pronto
Sinto-me incompleto, sinto-me fora deste esquema
É que a vida que se uniria à minha nesse ponto
Extraviou-se, ou mudou de assunto, ou mudou de tema
E eu fiquei só, e fiquei mudo, e eu fiquei tonto
De partículas que cruzaram distância infinita
Com a eternidade ao seu dispor pra serem combinadas
A vida floresceu, aterradora e bonita
Sobreviveu graças à própria carne devorada
Tomou o planeta e nem só a ele está restrita
Mais uma vez revolucionou e forjou do nada
A consciência, que nos faz uma espécie esquisita
Levei bilhões de anos pra escrever este poema
E ainda assim receio que ele não vai ficar pronto
Sinto-me incompleto, sinto-me fora deste esquema
É que a vida que se uniria à minha nesse ponto
Extraviou-se, ou mudou de assunto, ou mudou de tema
E eu fiquei só, e fiquei mudo, e eu fiquei tonto
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Estio
Quando mais quero, cadê saliva?
Se fica seca, a boca emudece
Empoeirada, a alma enrijece
Só a lembrança está em carne viva
Já não há mais alternativa
À natureza minha sina obedece
Se a alegria este solo não umedece
A semente do ser jaz cativa
Apagada e ressequida a sempre-viva
De morte recorrente a eternidade tece
A luz do dia mais bonito enegrece
Aos olhos de criatura tão inexpressiva
Se fica seca, a boca emudece
Empoeirada, a alma enrijece
Só a lembrança está em carne viva
Já não há mais alternativa
À natureza minha sina obedece
Se a alegria este solo não umedece
A semente do ser jaz cativa
Apagada e ressequida a sempre-viva
De morte recorrente a eternidade tece
A luz do dia mais bonito enegrece
Aos olhos de criatura tão inexpressiva
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