As horas não passam
Embaçam
Sei que demoras
E não sei mais nada
Em algum lugar depois daquela curva
Esfacelou-se a estrada
E minha mente ficou turva
Não sinto a ponta dos dedos
Consciente apenas dos medos
O resto é um borrão
Mas sei que demoras
E que me mata a solidão
Aqui, de tudo distante
A voz abafada a contragosto
Espiando a vida de uma fresta
Aplaca esta dor lancinante
Um vislumbre do teu rosto
Pelo tempo que me resta
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