Outro ciclo está completo
Outra volta desvairada
Esta, mais acelerada
Do meu lar levou o teto
E levou-me a consciência
Me deixou entorpecido
Entro no desconhecido
Sem um credo e sem ciência
O tornado destes anos
Desmorona minha vida
Eu não vejo mais saída
Destes ventos desumanos
Rodopio sem vontade
Encharcado até os ossos
Por meus medos e destroços
Pois o tempo é tempestade
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sábado, 28 de dezembro de 2013
Espetáculo
Assisto estático
Este espetáculo fantástico
Que é a vida
Insisto em existir
Como se isso fosse fácil
Saltando decidido
Do alto desta montanha
Sem sentido que é a vida
Mas não sei voar
Grave gravidade
Mergulhando resoluto
Neste vasto oceano
De luto que é a vida
Mas não sei nadar
Profana profundidade
Acalentando delicado
Este lindo sonho
Enamorado que é a vida
Mas não sei amar
Saudável saudade
Este espetáculo fantástico
Que é a vida
Insisto em existir
Como se isso fosse fácil
Saltando decidido
Do alto desta montanha
Sem sentido que é a vida
Mas não sei voar
Grave gravidade
Mergulhando resoluto
Neste vasto oceano
De luto que é a vida
Mas não sei nadar
Profana profundidade
Acalentando delicado
Este lindo sonho
Enamorado que é a vida
Mas não sei amar
Saudável saudade
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Perdido
Caminhando a esmo
Pelas vielas vazias
De minha cidade natal
Indago qual é mesmo
No labirinto dos dias
A trajetória ideal
Flutuando ao acaso
Pelas águas revoltas
De minha rede fluvial
Submergi no descaso
Do rodamoinho sem volta
Deste rio que é de sal
Pairando ao relento
Pela cidade deserta
De meu imenso areal
Todas verdades que invento
Vejo sumir na incerta
Desesperança total
Pelas vielas vazias
De minha cidade natal
Indago qual é mesmo
No labirinto dos dias
A trajetória ideal
Flutuando ao acaso
Pelas águas revoltas
De minha rede fluvial
Submergi no descaso
Do rodamoinho sem volta
Deste rio que é de sal
Pairando ao relento
Pela cidade deserta
De meu imenso areal
Todas verdades que invento
Vejo sumir na incerta
Desesperança total
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Feliz Natal
A árvore mais importante
É a árvore da vida
Da qual, não obstante
Somos simples ornamentos
Em sua galhada garrida
Brilhamos assim, mais ou menos
Conforme nossa atitude
O que falamos ou fazemos
E até nossos pensamentos
Contam, em sua plenitude
O laço mais bonito e forte
É o laço de união
Que suplanta o medo, a morte
E o maior dos acontecimentos
É o presente do perdão
É a árvore da vida
Da qual, não obstante
Somos simples ornamentos
Em sua galhada garrida
Brilhamos assim, mais ou menos
Conforme nossa atitude
O que falamos ou fazemos
E até nossos pensamentos
Contam, em sua plenitude
O laço mais bonito e forte
É o laço de união
Que suplanta o medo, a morte
E o maior dos acontecimentos
É o presente do perdão
sábado, 21 de dezembro de 2013
Desconstrução
É na luta diária com esta sina
Na batalha desumana com o desdém
No discurso inflamado pra ninguém
Que minha língua afiada desafina
Atraída pela morte como um imã
Figurando nestes versos de porém
Em poesias que não valem um vintém
Que minha rima afinada desanima
Quando a luz que ofusca é a mesma que ilumina
E de noite a escuridão dá um passo e vai além
É em nome do pai, filho, espírito santo, amém
Que minha alma animada desatina
É firmemente agarrada a um fio de filosofia
Sem desculpas, ilusões, religiões e sem
Quase nenhuma alegria verdadeira também
Que minha mente atinada desafia
Na batalha desumana com o desdém
No discurso inflamado pra ninguém
Que minha língua afiada desafina
Atraída pela morte como um imã
Figurando nestes versos de porém
Em poesias que não valem um vintém
Que minha rima afinada desanima
Quando a luz que ofusca é a mesma que ilumina
E de noite a escuridão dá um passo e vai além
É em nome do pai, filho, espírito santo, amém
Que minha alma animada desatina
É firmemente agarrada a um fio de filosofia
Sem desculpas, ilusões, religiões e sem
Quase nenhuma alegria verdadeira também
Que minha mente atinada desafia
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Humano
Sou uma pessoa calada que fala demais
Sujeito triste que vive sorrindo
Amo aquilo que o feio tem de lindo
Com a rude sutileza dos instintos animais
Sou tudo aquilo que penso e muito mais
E pensando assim vou me iludindo
Esqueço que sofro, esqueço que findo
Satisfazendo necessidades carnais
Às vezes penso um pouco na vida
Na origem de tudo, ser ou não ser
Às vezes só quero esquecer
Quero encontrar a felicidade escondida
Nas sombras da noite, no amanhecer
Ou nas dobras de um passado qualquer
Sujeito triste que vive sorrindo
Amo aquilo que o feio tem de lindo
Com a rude sutileza dos instintos animais
Sou tudo aquilo que penso e muito mais
E pensando assim vou me iludindo
Esqueço que sofro, esqueço que findo
Satisfazendo necessidades carnais
Às vezes penso um pouco na vida
Na origem de tudo, ser ou não ser
Às vezes só quero esquecer
Quero encontrar a felicidade escondida
Nas sombras da noite, no amanhecer
Ou nas dobras de um passado qualquer
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Medo
Ao amigo Paulo Mielmiczuc
Obrigado pelo livro do Augusto de Campos
HANO QUEE ISSO ARRE
MEDO MEDO MEDO MEDO
ALGO NHOE PAEE DELI
INCO QUES MUDE BERD
MODO EACO CEEM ADEE
QUED MODA MIMQ STAA
EIXA PELA UASE SAFE
MUDO VIDA TUDO RIDA
MEDO MEDI MEDO MEDE
MINA FERE ENDO FINE
Obrigado pelo livro do Augusto de Campos
HANO QUEE ISSO ARRE
MEDO MEDO MEDO MEDO
ALGO NHOE PAEE DELI
INCO QUES MUDE BERD
MODO EACO CEEM ADEE
QUED MODA MIMQ STAA
EIXA PELA UASE SAFE
MUDO VIDA TUDO RIDA
MEDO MEDI MEDO MEDE
MINA FERE ENDO FINE
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Aniversário
A N I V E R S Á R I O.
A N N I V E R S A R Y.
A N Y V E R S E
S E R V E.
V E R S E
H Á N O V E R S O,
U N I V E R S O.
S E R V O, R I O
AO V E R S Ó
O V E R S O
A D V E R S O
Q U E S O R V E O
A N O A O I N V E R S O.
A N N I V E R S A R Y.
A N Y V E R S E
S E R V E.
V E R S E
H Á N O V E R S O,
U N I V E R S O.
S E R V O, R I O
AO V E R S Ó
O V E R S O
A D V E R S O
Q U E S O R V E O
A N O A O I N V E R S O.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Feliz ano novo
Para mim, janeiro
Sempre teve cheiro de mar
Sempre esteve cheio de amor
Era como uma flor
Que brotava de uma fresta
Da dura rocha funesta
Do contínuo temporal
A chuva quente lavava
Um doce gosto de sal
Achava fundamental
A chave que destrancava
O ano inteiro
Janela escancarada
Avistando fevereiro
Numa tarde ensolarada
Estava compactada
Incandescente num sorriso
Residente numa brisa
O que o homem mais precisa
A mais pura felicidade
A intensidade desta luz
Abria para além de março
E aquém de um maio esparso
O punho outrora em riste
Pelo orgulho que insiste
Em nublar meu rosto de agosto
Se bem me lembro
É em qualquer outro outubro
Ou meados de novembro que descubro
Que sou feito de dezembro
Sempre teve cheiro de mar
Sempre esteve cheio de amor
Era como uma flor
Que brotava de uma fresta
Da dura rocha funesta
Do contínuo temporal
A chuva quente lavava
Um doce gosto de sal
Achava fundamental
A chave que destrancava
O ano inteiro
Janela escancarada
Avistando fevereiro
Numa tarde ensolarada
Estava compactada
Incandescente num sorriso
Residente numa brisa
O que o homem mais precisa
A mais pura felicidade
A intensidade desta luz
Abria para além de março
E aquém de um maio esparso
O punho outrora em riste
Pelo orgulho que insiste
Em nublar meu rosto de agosto
Se bem me lembro
É em qualquer outro outubro
Ou meados de novembro que descubro
Que sou feito de dezembro
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Às cegas
Tateando emoções obtusas
Em meio a dores e crenças arraigadas
No braile insano das horas desesperadas
Leio um livro de histórias inconclusas
Vacilando entre os olhos petrificantes das medusas
E o abismo infinito que leva ao nada
Sigo no completo breu esta jornada
Cheia de becos sem saída e rotas confusas
Sinto-me trombando nas paredes
Do pequeno quarto escuro de minha mente
Sem perceber a janela destrancada bem à frente
Não vendo o que , de fora, tão facilmente vedes
Em meio a dores e crenças arraigadas
No braile insano das horas desesperadas
Leio um livro de histórias inconclusas
Vacilando entre os olhos petrificantes das medusas
E o abismo infinito que leva ao nada
Sigo no completo breu esta jornada
Cheia de becos sem saída e rotas confusas
Sinto-me trombando nas paredes
Do pequeno quarto escuro de minha mente
Sem perceber a janela destrancada bem à frente
Não vendo o que , de fora, tão facilmente vedes
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Ectoplasma
Faça meia volta
Reflita o penar
Refrate o saber
Não fuja da dor
De se conhecer
De braços abertos
Se atraque com o espelho
Se tranque na torre
Pois o que não morre
Ficará mais velho
Pra quem não se aceita
Chora, grita e pasma
Ser desabrigado
De seu próprio ser
Te faz um fantasma
Reflita o penar
Refrate o saber
Não fuja da dor
De se conhecer
De braços abertos
Se atraque com o espelho
Se tranque na torre
Pois o que não morre
Ficará mais velho
Pra quem não se aceita
Chora, grita e pasma
Ser desabrigado
De seu próprio ser
Te faz um fantasma
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Oculto
Subconsciente
Dsconhecido que me habita
Útil inimigo
Que me engana e me sabota
Inutilmente
Tento escapar da armadilha
Que trago comigo
Que nos meus atos se espelha
Infelizmente
Sei que sou seu escravo
Porque nem consigo
Evitar-te quando escrevo
Dsconhecido que me habita
Útil inimigo
Que me engana e me sabota
Inutilmente
Tento escapar da armadilha
Que trago comigo
Que nos meus atos se espelha
Infelizmente
Sei que sou seu escravo
Porque nem consigo
Evitar-te quando escrevo
domingo, 8 de dezembro de 2013
Estrondo
Minha obra que ecoa
Tem sombra de sobra
Tem um monstro que mostra
O veneno que escoa
De minha pessoa
É uma trompa que troa
E afronta-me a toa
Num estrondo que prostra
Minha obra que explora
Tem um jeito que implora
Por um verso que expõe
Um medo que impõe
Que o poema acabe agora
Tem sombra de sobra
Tem um monstro que mostra
O veneno que escoa
De minha pessoa
É uma trompa que troa
E afronta-me a toa
Num estrondo que prostra
Minha obra que explora
Tem um jeito que implora
Por um verso que expõe
Um medo que impõe
Que o poema acabe agora
sábado, 7 de dezembro de 2013
Enredo
Despido do medo
A despeito da dor
Desvendo um enredo
Desafiador
Que é pleno de lutas
Desde bem cedo
E nessas disputas
Vou amadurecendo
Buscando sentido
Vitórias computa
Quando este é vertido
Do suor da labuta
Não importa aonde for
Nem que seja sofrido
Chegarei bem melhor
Do que quando hei partido
A despeito da dor
Desvendo um enredo
Desafiador
Que é pleno de lutas
Desde bem cedo
E nessas disputas
Vou amadurecendo
Buscando sentido
Vitórias computa
Quando este é vertido
Do suor da labuta
Não importa aonde for
Nem que seja sofrido
Chegarei bem melhor
Do que quando hei partido
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Decifrar-te
Com olhos que escondem o amanhã
A leveza do ser ela finge
Ostentando a loucura mais sã
Me toma em teus braços
Esfinge
Com mãos que acariciam e ferem
Os meus movimentos restringe
E antes que todos esperem
Me beije na boca
Esfinge
Com rosto de quem desafia
Todas as leis ela infringe
E quando chegar o meu dia
Mastiga minha alma
Esfinge
A leveza do ser ela finge
Ostentando a loucura mais sã
Me toma em teus braços
Esfinge
Com mãos que acariciam e ferem
Os meus movimentos restringe
E antes que todos esperem
Me beije na boca
Esfinge
Com rosto de quem desafia
Todas as leis ela infringe
E quando chegar o meu dia
Mastiga minha alma
Esfinge
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Metal
Apesar de todo cansaço
Apesar de tristes ideias
Corre fundida em minhas veias
Uma vontade de aço
E mesmo se hesito ou se erro
Residente em tudo que faço
Moldada em meus ossos do braço
A persistência é de ferro
Por mais que pareça estranho
Na lama irreal onde emperro
Mais à liberdade me aferro
Com correntes feitas de estanho
Forjei um pacto duradouro
Não importa se perco ou ganho
De fato nem sequer arranho
Minha paz que é banhada a ouro
Meu frágil exterior encobre
A poderosa liga inata
Que por dentro é feita de prata
Bronze, platina, chumbo e cobre
Apesar de tristes ideias
Corre fundida em minhas veias
Uma vontade de aço
E mesmo se hesito ou se erro
Residente em tudo que faço
Moldada em meus ossos do braço
A persistência é de ferro
Por mais que pareça estranho
Na lama irreal onde emperro
Mais à liberdade me aferro
Com correntes feitas de estanho
Forjei um pacto duradouro
Não importa se perco ou ganho
De fato nem sequer arranho
Minha paz que é banhada a ouro
Meu frágil exterior encobre
A poderosa liga inata
Que por dentro é feita de prata
Bronze, platina, chumbo e cobre
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Amor
Você vai me decepcionar
Um dia no futuro talvez
É provável que alguma vez
Eu assista você fracassar
E pode até ser cruel comigo
Num momento de pouca razão
Pode crer que terá meu perdão
E pra sempre serei seu amigo
É que mesmo te amando demais
Sei que é uma simples pessoa
Vejo que é linda, vejo que é boa
E deve estar nos padrões normais
É injusto esperar perfeição
Meu amor não te faz divindade
Eu aceito em você a verdade
Fico ao seu lado sem restrição
Um dia no futuro talvez
É provável que alguma vez
Eu assista você fracassar
E pode até ser cruel comigo
Num momento de pouca razão
Pode crer que terá meu perdão
E pra sempre serei seu amigo
É que mesmo te amando demais
Sei que é uma simples pessoa
Vejo que é linda, vejo que é boa
E deve estar nos padrões normais
É injusto esperar perfeição
Meu amor não te faz divindade
Eu aceito em você a verdade
Fico ao seu lado sem restrição
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Escafandro
No meu verso errado
Ora dou o recado
Ora desconverso
Findou-se o recato
Do poeta pacato
Escritor ao inverso
Afundou no recanto
Mergulhou no regato
Meu pequeno universo
Respiro aliviado
No mar encapelado
Em meio ao palavreado
Significante, significado
Totalmente submerso
Ora dou o recado
Ora desconverso
Findou-se o recato
Do poeta pacato
Escritor ao inverso
Afundou no recanto
Mergulhou no regato
Meu pequeno universo
Respiro aliviado
No mar encapelado
Em meio ao palavreado
Significante, significado
Totalmente submerso
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Cicatriz
Nosso caso é coisa oca
Nossa casa causa um eco
Nossa causa é coisa pouca
Perdoe-me, sei que peco
Mas quero cantar, catártico
O ocaso do nosso consentimento
Constatar o colapso fantástico
Do nosso casamento
Pois cutucar a casca da ferida
Cai bem melhor que calar a voz
Se isso acaso curar nossa vida
Será a última chance para nós
Nossa casa causa um eco
Nossa causa é coisa pouca
Perdoe-me, sei que peco
Mas quero cantar, catártico
O ocaso do nosso consentimento
Constatar o colapso fantástico
Do nosso casamento
Pois cutucar a casca da ferida
Cai bem melhor que calar a voz
Se isso acaso curar nossa vida
Será a última chance para nós
domingo, 1 de dezembro de 2013
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