Para mim, janeiro
Sempre teve cheiro de mar
Sempre esteve cheio de amor
Era como uma flor
Que brotava de uma fresta
Da dura rocha funesta
Do contínuo temporal
A chuva quente lavava
Um doce gosto de sal
Achava fundamental
A chave que destrancava
O ano inteiro
Janela escancarada
Avistando fevereiro
Numa tarde ensolarada
Estava compactada
Incandescente num sorriso
Residente numa brisa
O que o homem mais precisa
A mais pura felicidade
A intensidade desta luz
Abria para além de março
E aquém de um maio esparso
O punho outrora em riste
Pelo orgulho que insiste
Em nublar meu rosto de agosto
Se bem me lembro
É em qualquer outro outubro
Ou meados de novembro que descubro
Que sou feito de dezembro
Nenhum comentário:
Postar um comentário