quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Feliz ano novo

Para mim, janeiro
Sempre teve cheiro de mar
Sempre esteve cheio de amor
Era como uma flor
Que brotava de uma fresta
Da dura rocha funesta
Do contínuo temporal

A chuva quente lavava
Um doce gosto de sal
Achava fundamental
A chave que destrancava
O ano inteiro
Janela escancarada
Avistando fevereiro

Numa tarde ensolarada
Estava compactada
Incandescente num sorriso
Residente numa brisa
O que o homem mais precisa
A mais pura felicidade

A intensidade desta luz
Abria para além de março
E aquém de um maio esparso
O punho outrora em riste
Pelo orgulho que insiste
Em nublar meu rosto de agosto

Se bem me lembro
É em qualquer outro outubro
Ou meados de novembro que descubro
Que sou feito de dezembro

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