segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Do contra

Se eu rio, tenho uma lágrima escondida
Quando choro, é um rio de água salgada
Se te olho, vejo em teus olhos minha vida
E vivo sem ti, sem ilusão e sem nada

Se falo muito, mora o silêncio em minha lida
Verborrágico, tergiversa sobre cada
Tristeza, mágoa passada, luta perdida
Tira-me o sono, faz do dia vil jornada

Se estou parado, é inquieto meu pensamento
Agitado, tremendo marasmo no centro
Contraditório, e coerente em ser assim

É que justo na eternidade do momento
Na vastidão descampada que há por dentro
Te perco, e encontro o começo do meu fim

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